Proposta de Lei
Um debate caloroso foi instigado pela proposta de alteração da Lei 14486, de 2002, que versa sobre o uso de dispositivos móveis eletrônicos em ambientes escolares. Esta discussão vem movimentando a comunidade estudantil da capital mineira, envolvendo alunos, pais, professores e gestores escolares.

Proibir ou não
A possível proibição do uso de celulares em salas de aula tem levantado questões importantes: será essa medida realmente eficaz? Por outro lado, permitir o uso indiscriminado desses dispositivos, transferindo os processos pedagógicos para o ambiente digital, é uma alternativa viável? É crucial que qualquer modificação na lei leve em consideração estratégias para lidar com os pontos negativos, como políticas de uso responsável, enquanto se aproveita os benefícios que a tecnologia pode trazer para o ambiente educacional.
Benefícios e problemas
A capacidade dos dispositivos móveis e da internet de fornecer informações instantâneas trouxe inegáveis benefícios para o acesso à informação e aprendizado. No entanto, essa facilidade também pode resultar em uma sobrecarga de informações e uma passividade em relação ao consumo de conteúdo, o que pode diminuir o espaço para reflexão crítica e questionamento profundo.
Para preservar e incentivar a capacidade de reflexão e questionamento, é fundamental criar momentos e espaços específicos para desconectar das fontes constantes de informação e dedicar-se ao pensamento profundo e à contemplação. Mas como fazer isso? Proibir o uso dos celulares sob pena de punição? Equipar as salas de aula com tecnologia de última geração? Antes de tudo, é necessário reconhecer que tanto estudantes quanto professores, pais e gestores podem estar suscetíveis ao vício em celulares, conhecido como nomofobia.
Paradoxo
É importante lembrar que a proibição absoluta pode, paradoxalmente, estimular comportamentos indesejados, como ocorreu durante a Lei Seca nos EUA. Por outro lado, países como Holanda e Finlândia reconsideraram a permissão do uso de celulares em sala de aula devido aos prejuízos cognitivos e pedagógicos observados.
Proibir ou não o celular em sala de aula? Esta é a questão em pauta. Por enquanto, a única certeza é que este é um tema que merece uma reflexão contínua, tanto da minha parte quanto do leitor.
Sobre o autor: Flávio de Castro é pós-graduado em Letras pela Unicamp e escritor.
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